27 maio 2007

Novas receitas

Dose de amostra
"Era uma vez uma csas branca nas dunas, voltada para o mer. Tinha uma porta, sete janelas e uma varanda de madeira pintada de verde. Em roda da casa havia um jardim de areia onde cresciam lírios brancos e uma planta que dava flores brancas, amarelas e roxas.
Nessa casa morava um rapazito que passava os dias a brincar na praia.
Era uma praia muito grande e quase deserta onde havia rochedos maravilhosos. Mas durante a maré alta os rochedos estavam cobertos de água. Só se viam as ondas que vinham crescendo do longe até quebrarem na areia com um barulho de palmas."

Composição
A Menina do Mar é um pequeno conto escrito por Sophia Mello Breyner Andresen que se destina fundamentalmente a crianças e jovens. Não deixando, no entanto, de encantar qualquer tipo de leitor pelo ritmo e pela poesia que transmite.
Os variados recursos estilísticos utilizados nesta prosa poética transitem sensações de alegria e magia, suscitando a imaginação dos leitores para um mundo maravilhoso onde tudo é possível, a amizade, a lealdade e a coragem surgem como valores essenciais da relação entre as personagens.

Indicações
O movimento e a cor que nos são transmitidos por uma linguagem aparentemente simples suscitam o desenvolvimento da imaginação e da criatividade, do gosto pela leitura e pela escrita nos jovens, levando-os com frequência a imitarem o estilo nas suas composições.

Precauções
Este livro deverá ser lido em voz alta, sem o que parte do seu ritmo e do seu encanto se perderá.

Posologia
Deve ser lido todos os dias ao deitar para influenciar os sonhos e evitar os pesadelos das crianças.

Outras obras
Sophia de Mello Andresen tem outras obras igualmente poéticas e dirigidas especialmente para as crianças e jovens, embora eu ao ler estas obras me tenha sentido encantada e levada para um mundo distante.
Outras obras: A Fada Oriana, O Cavaleiro da Dinamarca, A Floresta e O Rapaz de Bronze.
Todas estas obras encantaram-me e de um modo geral encantaram os meus alunos.

Receita prescrita por Paula Cristóvão.

Dose de amostra
“Este devia ser um capítulo longo porque o começo do Inverno foi um tempo de sofrimento. Mas por que falar de coisas tristes, por que contar as maldades do Gato Malhado cujos olhos andavam escuros de tão pardos? Disso falavam as cartas enviadas pelos habitantes do parque, cartas que o Pombo-Correio levava a outros parques distantes. As notícias chegaram até o longínquo esconderijo da Cobra Cascavel e mesmo ela tremeu de medo. Diziam da maldade do Gato mas diziam também da sua solidão. Jamais o Gato Malhado voltara a dirigir a palavra a quem quer que fosse. Tão grande solidão chegou a comover a Rosa-Chá que confidenciou ao jasmineiro, seu recente amante:
- Coitado! Vive tão sozinho, não tem nada no mundo…”

Composição
O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá é um conto escrito por Jorge Amado, em 1948, como presente de aniversário para seu filho João Jorge, quando este completou um ano. Embora seja um livro tradicionalmente indicado para jovens, a sua ternura traz enormes benefícios, qualquer que seja a sua idade.
Conta-nos a história de amor entre dois seres quer física, quer psicologicamente opostos, o gato de mau feitio, rabugento, amigo de brigas e a Sinhá, andorinha de boas famílias e virtuosa. O gato modifica o seu comportamento, mas a união entre os dois não se concretiza, pois ela casa com o rouxinol e não se sabe o fim do pobre e abandonado gato que apenas vivia no seu mundo de recordações de doces momentos e lembranças alegres.

Indicações
Está indicado para todos os seres que acreditam no amor, mesmo entres seres diametralmente opostos.

Precauções
Depois de ler o livro deve-se falar dele com os nossos amigos, recomendá-lo, compartilhá-lo, pois esta partilha só traz benefícios. Não é recomendável guardá-lo só para si.

Posologia
É conveniente dedicar um bocado do nosso tempo à leitura. Dez, vinte, trinta minutos diários, preferencialmente à noite, quando tudo está mais calmo. Pode ler-se pouco a pouco ou de uma vez.
Se depois desta amostra quiser a dose completa, pode encontrar este conto na livraria ou na biblioteca.

Outras apresentações
As pessoas que leram esta história também gostaram de outras obras do mesmo autor como Gabriela, Cravo e Canela, Dona Flor e seus dois maridos, Teresa Batista cansada de guerra ou Capitães da Areia.

Receita prescrita por Graça Salavisa

4 comentários:

Jack Duarte disse...

Paulinha,
é pena que não possamos ter uma gravação áudio da tua leitura. A tua voz embala na perfeição este texto!
Jack

Jack Duarte disse...

Graça,

este "Gato" faz sucesso. Recomendo-lhe, caso não conheça, "História do gato que ensinou a gaivota a voar", do Luís Sepúlveda. Vai gostar, de certeza!

Anónimo disse...

Olá, meninas (Paula e Graça)

Li as receitas que prescrevem para boas leituras, creio que são ambas excelentes propostas para aquelas noites mais calmas, antes de adormecer, trazem-nos de certeza bons e agradáveis sonhos.
Bom trabalho.

Elenice disse...

Olá! Estou a procura desse livro: O cavaleiro da Armadura Enferrujada, mas não sei onde posso adquirir, comprar. Peço por gentileza indicar aonde poderei comprar. Grata Elenice.